A campanha “Não passe do limite – Complete o tanque só até o automático”, contra a contaminação pelo benzeno nos postos de combustíveis de Mato Grosso do Sul, continua. A diretoria do Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo de MS – Sinpospetro/MS faz a distribuição de folhetos com orientações sobre o perigo de contaminação por esse e outros produtos, componentes dos combustíveis, que podem causar câncer e outras doenças tanto em frentistas e funcionários de postos, como também no próprio consumidor.
A campanha, que começou em outubro do ano passado, está alicerçada na Lei Estadual Nº 4.574, de 24/09/2014, que dispõe sobre a condição de abastecimento de veículos automotores, proibindo abastecimento após acionado a trava automática de segurança das bombas.
Diretores do Sinpospetro/MS, acompanhados do presidente da entidade, Gilson da Silva Sá, percorreram vários municípios do Estado, distribuindo panfletos educativos sobe o assunto e conversando com consumidores e funcionários de postos sobre os perigos do benzeno e a necessidade de se obedecer à legislação.
Gilson Sá informou que a ideia é percorrer todos os 79 municípios do Estado e intensificar a campanha de conscientização de funcionários e consumidores sobre os perigos que o benzeno e outros subprodutos dos combustíveis podem representar para a saúde pública. Ele explicou que é importante obedecer à nova lei, que proíbe o abastecimento acima do automático do tanque, pois, dessa forma, aumenta a possibilidade de inalação e, consequentemente de contaminação das pessoas à volta.
Os diretores sindicais José Hélio da Silva, Pedro Martins Neves e Marins Antônio, que também estão percorrendo postos e conversando com consumidores e frentistas, afirmam que o derramamento do combustível, excedente no tanque, no solo e sua evaporação no ar também causam riscos ao meio ambiente com a contaminação do lençol freático. Além disso, prejudica a qualidade do ar e a saúde de quem o inala.
APOIO – A campanha “Não passe do limite – Complete o tanque só até o automático” para reduzir a exposição de frentistas e consumidores ao benzeno, foi lançada no ano passado Pelo Fórum de Saúde, Segurança e Higiene no Trabalho no Mato Grosso do Sul (FSSHT/MS) com apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT), do Núcleo de Segurança e Saúde no Trabalho (SRTE/MS), do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), da Fundação Jorge Duprat e Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro) e Sinpospetro/MS entre outras entidades integrantes do Fórum.
A Força Sindical Regional Mato Grosso do Sul, entidade à qual o Sinpospetro/MS é filiado, também apoia essa campanha de saúde pública. “Iniciativas como essa, que visam a saúde e o bem estar dos nossos trabalhadores em geral, têm nosso total apoio. Esperamos mesmo que possamos mudar essa cultura de encher o tanque até à boca, como normalmente é feito nos postos. O consumidor também precisa se conscientizar e impedir isso, pelo bem da saúde de todos”, afirmou Idelmar da Mota Lima, coordenador da central em MS.
A intoxicação por benzeno, por inalação de gases ou aspiração de formas líquidas, pode causar bronquite, dificuldades respiratórias e até bronquiolites irritativas graves, com hemorragia, inflamação e edema pulmonar, podendo levar à morte. O cérebro e o fígado também podem ser atingidos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) inclui o benzeno em sua lista de produtos cancerígenos.
Gilson Sá alerta também que abastecer o tanque “até a boca” também prejudica o automóvel. O combustível excedente é armazenado no canister, dispositivo feito para absorver vapores gerados durante o processo de abastecimento. Quando o canister entra em contato com combustível na forma líquida, ocasiona falhas no motor, risco de queima da bomba de combustível, danos à pintura e desperdício.