Está difícil encontrar frentistas para trabalhar no Piauí. Muita gente está desistindo da profissão por causa dos assaltos a toda hora.
As imagens das câmeras de monitoramento mostram a violência dos assaltantes. Um frentista não reage, mas é agredido mesmo assim.
“A quantidade de roubo é tão grande e a exposição de vidas humanas dos nossos funcionários a uma arma de fogo nos faz pensar se é correto continuar com essa empresa funcionando”, afirma Alexandre Valença, empresário.
Nos últimos três anos, mais de 700 frentistas deixaram o emprego no Piauí por medo da violência. Segundo o sindicato da categoria, 25% dos trabalhadores preferiram mudar de ramo.
Um frentista que não quis ser identificado disse que, além da violência, teve o valor do assalto descontado do salário. "Eles pegam o valor que vai levado, eles debitam no teu salário. Eles fazem você assinar um vale, como se fosse adiantamento", diz o frentista.
Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores de Postos de Combustíveis, esse desconto nos salários já foi constatado em cerca de 400 postos no Piauí. “Ao todo 40% das empresas descontam o assalto nos trabalhadores. Mas nós não temos direito aos lucros. Por que temos que pagar o prejuízo?", questiona Sebastião Oliveira, diretor da Federação Nacional dos Empregados de Postos de Combustíveis.
O sindicato que representa os donos dos postos negou que os frentistas tenham o salário descontado por causa dos assaltos. Já Secretaria de Segurança do Estado do Piauí diz que faz o monitoramento das áreas de risco.
VEJA VÍDEO COM DEPOIMENTO DE FRENTISTAS SOBRE O ASSUNTO: HTTP://G1.GLOBO.COM/BOM-DIA-